O Rei Hayden solicitou que Letícia comparecesse a reunião administrativa, pois uma das pautas seria o casamento dela. Estavam presentes todos os conselheiros reais e o príncipe Laurenn. Os conselheiros mostraram como a situação do reino estava crítica e que um acordo seria algo extremamente favorável.

Hayden colocou os cotovelos sobre a mesa, enquanto segurava suas mãos com um olhar preocupado.

— Não podemos recusar a oferta, pois não podemos tê-los como inimigos... Não teríamos forças para enfrentá-los.

O príncipe Laurenn apesar de completamente desfavorável a decisão, decidiu acatá-la, pois seria benéfico para os dois lados. Laurenn conhecia o príncipe Ryuuji, pois realizaram o treinamento de formação real juntos. E enquanto fossem gentis com a sua irmã não haveria problemas, além disso, se ela levasse um cavaleiro de confiança, ele a protegeria dos inimigos.

O Rei Hayden durante a reunião logo sugeriu quem poderiam ser os cavaleiros que acompanhariam Letícia durante a viagem, porém Letícia o interrompeu.

— Vossa Majestade, se possível, eu gostaria de escolher meu cavaleiro pessoal.

Laurenn imediatamente concordou com Letícia. Letícia agora precisaria encontrar um cavaleiro de confiança que não estivesse sob a influência do rei ou dos conselheiros.

Letícia estava receosa, afinal iria se casar com alguém que nunca havia visto, porém ela sabia que aquilo era uma missão, pois o Reino dependia desse matrimônio para se manter estável. Todos do reino contavam com ela. Além disso, ela se guiava muito pelas orientações que sua mãe a havia confiado, esse caderno foi a única coisa que havia restado dela no castelo, pois o rei Hayden havia se desfeito de tudo que o pudesse lembrar.

...

Alguns dias haviam se passado, Leticia havia ido passear novamente na cidade, pois estava acontecendo uma feira, ela nunca havia participado antes e se interessou, pois já não moraria no reino do inverno e estava tentando conhecer o máximo que desse antes de partir. Ela estava olhando todas as barracas com grande entusiasmo.

Letícia havia comprado um lanche em uma das barracas e sentou-se para degustá-lo, então ela viu uma senhora vendendo uma bebida que acompanharia perfeitamente seu lanche, ela levantou-se de seu assento e no instante em que se levantou naquele local caiu um vaso de flores que se espatifou no chão, Letícia conseguiu se desviar por pouco daquele acidente. As pessoas ao redor perguntaram se ela se encontrava bem. Ela ficou profundamente aliviada, havia escapado por pouco.

Já estava anoitecendo, ela havia ficado tão distraída que não percebeu o horário. Letícia estava caminhando tranquilamente quando percebeu que alguém a seguia. Isso nunca havia acontecido antes e ficou um pouco preocupada. Ela continuou caminhando apressadamente por aquela rua escura que apresentava luzes trêmulas, porém a sensação não diminuía. Pela identificação da aura era mais de 01 pessoa, mas por mais que pensasse não conseguia identificar quem eram. A sensação estava se tornando cada vez mais próxima, ela estava próxima a rua principal, ela acelerou o passo e se chocou com o cavaleiro daquele outro dia.

O cavaleiro se lembrou que era a mesma moça que o havia ajudado, ele percebeu que ela aparentava um pouco preocupada e perguntou se estava tudo bem.

Letícia estava olhando em volta para ver se as pessoas que a estavam seguindo apareciam, porém, a sensação desapareceu, talvez essas houvessem desistido naquele momento. Ele perguntou se ela queria que a escoltasse até a casa dela, porém Leticia disse que até um local mais movimentado seria o suficiente, que poderia ser até o centro da cidade. E eles foram conversando enquanto caminhavam.

— A propósito, não me apresentei ainda... Eu me chamo Aleph.

— Pode me chamar de Ticy... Você é novo por aqui? Nunca o havia visto trabalhando no centro da cidade.

— Faz pouco tempo que trabalho aqui no Reino. Por enquanto, sou segurança da cidade, mas pretendo conseguir um emprego no castelo. O príncipe Laurenn me convidou para treinar aqui.

— Então, você conhece o príncipe?

— Somos amigos. Costumávamos treinar juntos.

— Se vocês são amigos, por que não pediu logo um trabalho no castelo?

— Gostaria de chegar lá com o meu esforço. E ele ainda não soube que estou na cidade.

— Às vezes, a ajuda de um amigo é algo normal e acho que deveria aceitar.

— Irei pensar... Me desculpe, gostaria de continuarmos a conversa, porém chegamos no seu destino.

Letícia agradeceu por ele tê-la feito companhia.

Porém, durante o retorno ao castelo, Letícia ficou se questionando, pois aqueles eventos eram de fato suspeitos, após a notícia que ela iria se casar com o Príncipe do Reino do Outono, coisas estranhas começaram a acontecer ao redor dela.

— “Será que alguém do Reino está insatisfeito com o casamento? E está buscando uma forma de me eliminar antes de chegar ao Reino do Outono... Porém, eles nunca viram meu rosto. Somente se for alguém do castelo que está tentando impedir isso.”